quinta-feira, 9 de julho de 2009

Nightwish



Mudamos quando o vasto manto da noite se estende sobre nós.

Essa é a chave e a força que trazem a tona aquilo que confinamos no íntimo de nossas existências.

É a noite que causa e conseqüências se tornam concretas diante de nossos olhos. E à luz de um coração puro até as mais terríveis máculas podem se mostrar como dádivas.


Pobre daquele que ousa profanar tal pureza com atos, palavras e pensamentos. Sofrimento inimaginável o aguardará. Não o fogo. Não a dor. Não o sangue. Mas a certeira palavra ou o exato ato que lhe fará consumir-se em seu inferno particular. Implorando pela morte sem coragem de alcançá-la.

É sob o escuro e prateado mando da noite que nos permitimos o bem e o mal. É sob essas bênçãos que nossas mãos trabalham.

Corações se permitem sofrer e ferir. Amar e sorrir. Basta que desejem e saciados serão.

E pelos motivos que o resto desconhece, passamos noite após noite fitando a lua ou as estrelas.

Mas naquele lugar onde colocamos aquilo que é mais importante, é que nos permitimos compreendermos e perdoarmos as feridas abertas em nossas almas em vez de lhes jogar mais pesar como se fosse sal.

E assim, quando nossa exaustão vence a batalha, e nos permitimos jogar a cabeça sobre o travesseiro é que percebemos o quanto ainda somos pequenos. Mas que nem por isso deveremos nos permitir esmorecer sob as falanges de problemas que dia após dia são esfregadas em nossas faces.

No fim da noite... quais os gatos que ainda serão pardos?

Quais os desejos revelados voltarão à clausura? Quais serão saciados?


É engraçado como parece que aquilo que mais desejamos sempre nos é negado. Pior ainda é perceber que muitos se conformam.

Por que?

É presumível que todos querem ser feliz. Por que não lutar?

Faz certo tempo que a decisão de me levantar contra minha infelicidade é um fato.
Pensei que precisava de alguma forma de motivação. Como se não houvesse nenhuma em minha vida. Afinal, ela era assim tão vazia?

Não. Mas é isso que se vê quando se cultiva o hábito de ver "o copo meio vazio" e não "o copo meio cheio". Dizer SIM a vida e ao que vem de bom dela para nós passou de ser uma atitude e se tornou uma necessidade.

Fico louco quando vejo alguém estatelado no fundo do buraco cavado por suas próprias atitudes.

Amados, suas consciências são seus guias, mas tentem andar por caminhos iluminados e jamais deixem seus olhos serem obscurecidos pelos infortúnios que a vida lhes apresentar, nada é mais triste do que ver o próximo não conseguindo se re-erguer.

As dores da vida existem, mas a vida não deve caminhar por sobre esse tipo de pavimento.

Se cuidem, cuidem de quem vocês amarem e se permitam ser cuidados.
Este é o caminho.

domingo, 5 de julho de 2009


Há um lugar onde nada pode significar tudo.

Onde os sonhos são possíveis e os desejos puros são leis.

Lá onde a lua joga seu véu prateado e pousa seu olhar.

Lá, vida e morte se tornam um, na estreita linha de um sonho.

A eternidade se espalha nas entrelinhas dos instantes.

É onde aqueles que amam, quase se saciam.

Porém, apenas os joelhos mais flexíveis conseguem alcançar tais degraus.

Lá é onde olhos profanos são se tornam cegos e o ouro nada vale.

Lá, naquela utopia passageira, é onde o mais cego dos anjos pode se sover com as belezas que lhes são ocultas.

E nós, crianças ardendo por vontade, apenas podemos nos deleitar longos segundos.

Iludindo-nos ao dizer que nunca terminará.

E sempre que terminar, esperar novamente sedento por mais.


E como um adorável vício, sem qualquer razão, simplesmente questionar ao final: “Para que?”



Quem nunca desejou não acordar do sonho? Especialmente quando os sonhos parecem tão perfeitamente que, pelos nossos desejos alucinados, se tornam mais reais para nós do que a própria realidade...

O sonho é componente tão importante na vida de uma pessoa que o que realmente deixa uma pessoa sem chão, de uma hora pra outra, é perder a vontade de sonhar.

Sim, eu perdi a minha.

Às vezes a vida é tão violentamente agitada que nos sentimos no olho do furacão. E quando nos damos conta, nos vemos mutilados por sabe Deus o que nos atingiu. Dificilmente alguém anota a placa do caminhão que passou em cima. Mas eu anotei.

Poderia ter deixado passar. Seria saudável deixar passar, mas não deixei. Aquilo foi o que levou embora meu sonho. Minha vontade de sonhar não durou muito, agonizou durante pouco mais de um ano, lutou bravamente, mas se foi.

O que resta de mim então?

Descobri que sempre se pode começar mais uma vez.

Por isso decidi que serei o homem da areia. O João Pestana. O cara que tem nos sonhos a maior e mais poderosa força que qualquer pessoa poderia conseguir reunir em um só indivíduo.

Por isso amados, lembrem-se, que sonhos nunca são besteiras e jamais permitam que alguém diga o contrário. Por que mesmo os rostinhos mais gentis e as linguas mais mansas cheias das maiores e melhores intenções também cometem erros desastrosos nas vidas alheias. E adivinhem quem é que irá ter que conviver com esses erros...

Nós mesmos.

Paz e Honra a todos.